Bem vindo ao Café com Anime, sua dose semanal de bom papo e animação japonesa!
Nessa temporada, o Finisgeekis, Anime21, Dissidência Pop e É Só um Desenho discutem Irozuku Sekai no Ashita Kara.
Uma nova temporada chega, e com ela novos animes. Mas o que, exatamente, é essa estreia? Um novo Fireworks? Mais uma pérola do P.A. Works? Confiram conosco abaixo!
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- Vinicius MarinoCaros leitores e queridos amigos. Antes de mais nada, bem vindos a mais um Café com Anime!Preciso fazer uma confissão a vocês. No fundo, sou um sujeito um tanto fútil: escolho livros em função da capa. E não só livros: animes bonitos, com produções top e traços interessantes, sobem no meu radar muito mais rápido.
Acho que foi essa a razão que me deixou enamorado de Irozuku Sekai no Ashita Kara, o anime que cobriremos aqui nessa temporada. Da trilha sonora aos cenários inspirados em cenários reais, essa produção me deixou de queixo caído. Algo no trailer me passou uma vibe Makoto Shinkai, que os dois primeiros episódios só confirmaram.
Mas fico feliz em constatar que esse anime tem méritos além do visual. Ou, pelo menos, foi o que eu achei. E vocês? Que impressões tiraram desses dois primeiros episódios?
- DiegoApós esses dois primeiros episódios, minhas impressões são: o que raios eu estou assistindo? Tipo, literalmente, o que eu estou assistindo? Irozuku é certamente bonito, acho que ninguém pode negar isso. Mas por esses dois primeiros episódios ele também me pareceu meio… jogado. As coisas só meio que acontecem, sem parecer haver um propósito mais claro ai, um objetivo ao qual o anime quer chegar.Em parte isso serve para nos colocar na pele da protagonista, que foi enviada para o passado sem maiores explicações e sem saber o que deveria ou não fazer ali. Mas eu não sei até que ponto essa confusão é uma coisa boa. Certamente irá agradar alguns, mas de minha parte a ausência de um objetivo claro pra tudo o que está acontecendo faz tudo o que de fato acontece soar um pouco… filler. Quero acreditar que o anime ainda irá melhorar daqui pra frente, mas minhas primeiras impressões não são lá muito animadoras x_x
- Gato de UltharO anime é bonito sem dúvidas, esse é o sue principal destaque. O enredo começa devagar e rápido ao mesmo tempo. Minha afirmação parece paradoxal mas vou tentar explicar ela de uma maneira melhor. A protagonista já é de cara jogada para o passado sem maiores explicações e deu, isso foi muito rápido, mas nisso se resumiu toda a rapidez do anime.
- Fábio “Mexicano”É um triângulo amoroso, não é? A garota vai ficar dividida entre dois garotos. Ou talvez não fique dividida, mas vai ter mais um correndo por fora pra tentar ganhar o coração dela. E a simbologia é bem óbvia também: com o principal ela vai reaprender a ver em cores, e com o outro ela vai descobrir que também há beleza no mundo em preto e branco no qual ela vive.Aí tem a coisa da avó dela … bom, por tudo o que a gente descobre no segundo episódio, parece ter sido só um impulso mesmo, um desejo louco de testar uma coisa nova. Uma forma de estourar um buraco na parede – só que dessa vez, um buraco através do tempo. Será que a garota vai voltar para o futuro no final? Eu acho triste quer ela volte (porque vai deixar o amor para trás) quer ela não volte (porque não me parece legal abandonar seu tempo e ir viver décadas no passado).
- Vinicius MarinoEu perguntaria “o que raios eu estou assistindo”, mas acho que Zombieland Saga já “queimou” essa pergunta para mim No geral, o anime me lembrou muito aquele filme Colorful, sobre o moleque que morre e passa habitar o corpo de outro para aprender a ver “cores” na vida. Nesse caso, literalmente: a nossa protagonista também é “cega” para as cores.Acho que justamente por essa semelhança a brusquidão do enredo não me incomodou. A garota recebeu o chamado do destino, tal como uma jovem que fez bagunça recebe uma advertência da direção. Também não me parece indigno a uma bruxa atuar por meios misteriosos. É isso que a vó dela é, não é? Ela até foi estudar na Inglaterra, como todos os bruxos de anime.
Plot twist: foi aluna do Clow Reed e colega de turma do Elias Ainsworth.
- DiegoZombieland é certamente muito mais bizarro, mas eu sinto que eu “entendi” ele muito mais do que “entendi” iruzuku. Embora de maneira geral irozuku parece bem… óbvio. A menina está ali no passado para voltar a ver cores, talvez gostando da magia novamente. E porque enviar ela para o passado… me soa como um cenário de linha temporal fechada: ela vai interagir com a avó, que verá a melhora da menina, e irá começar as preparações para mandar a neta de volta dalo 60 anos, estabelecendo assim um ciclo sem começo e nem final.O problema é que: por algum motivo, nada disso me soa como particularmente interessante. Espero que o anime me prove errado.
- Vinicius MarinoSerá que ela vai voltar? Não sei, tenho uma pulga atrás da orelha de que as coisas não serão assim tão diretas.
- DiegoEssa me parece muito o tipo de história onde a viajante no tempo não volta para o seu próprio presente, preferindo ficar no passado.
- Gato de UltharJá eu estava pensando em outras coisas.Viagens temporais são um tropo complexo na ficção. Como Lovecraft já dizia, a maioria deste tipo de histórias ficam cheias de furos e se precisa de um cuidado extremo para escrever uma que faça sentido.
Além disso, depende que qual o sentido de viagem no tempo e se existem multiversos no mundo de Irozuku. Vejamos, se a realidade for uma linha una, e se ela simplesmente voltar ao passado, seria muito fácil “ferrar” com o futuro, poderia ser capaz até mesmo de alterar os fatos de uma maneira que culmine que a sua avó não tenha uma neta, tornando a protagonista uma aberração paradoxal.
Claro que há a possibilidade de uma explanação do tipo “o destino é imutável, então de uma forma de outra tudo acontece como deve acontecer, mesmo que os meios sejam diferentes o resultado será o mesmo”.
Eu gosto da possibilidade quântica. Em suma, a garota voltou ao passado, mas em uma linha temporal distinta, então seus atos não interferem na realidade na qual ela abandonou.
- DiegoEu mantenho a hipótese do ciclo infinito, onde ela sempre voltou ao passado e por isso sempre será enviada de volta ao passado.
- Fábio “Mexicano”Não é porque o tempo é uma linha reta de causas e consequências que uma vida particular presa nessa linha temporal precise ser apenas para frente. Ir para trás e de volta pode ser natural quanto, é só aceitarmos que seja. E não acho que o anime vá focar nisso então estamos desperdiçando saliva virtual.
- Vinicius MarinoSobre o que o anime de fato mostra, então. O que vocês tiram da “magia” apresentada até aqui? Digamos que a vó da protagonista está longe de ser uma bruxa “clássica.”
- Fábio “Mexicano”Ainda é difícil saber quais os limites da magia no anime, embora ela seja apresentada como algo que se estuda. Parece ter muito pó envolvido, o que serve para fazer piada pelo menos Mas quero dizer, falando sério, só vimos a protagonista se concentrar para gerar luz. No futuro parece que isso foi incorporado em dispositivos eletrônicos para torná-los mais úteis e inteligentes, mas nada que pareça fora da curva do desenvolvimento natural dos equipamentos eletrônicos.
- DiegoA magia parece bem mundana. Ser um mago chama a atenção, e pelo visto você pode causar alguns estragos se for poderoso (e descuidado) o bastante, mas a magia do dia a dia é algo menos catastrófico e mais prático. Só sei que ia adorar aquele pó de achar coisas perdidas Se bem que… Imaginem o quão fácil seria o trabalho da polícia com um pó mágico que mostra a localização de qualquer criminoso que você estiver procurando? Exijo um spin off investigativo desse anime de imediato!
- Fábio “Mexicano”Do pó viemos e o pó cheiraremos.
- Gato de UltharÉ uma magia bem sutil que vemos em Irozuku, tirando claro as viagens temporais….E a magia está bem integrada no mundo, tirando um ou outro preconceito por parte das pessoas que não são magas.
- DiegoAinda é pré-conceito quando a maga que estuda com você vive explodindo o teto da sala e quebrando os armários?
- Fábio “Mexicano”Eu estava pensando exatamente nisso, Diego. Mas se quer saber, é provável que ela sofra algum preconceito também, sim, coisa que ela esconde com sua personalidade expansiva mas eventualmente vamos descobrir no anime. Digo, tem cara de que vai ser isso.
- Vinicius MarinoEu realmente espero que a magia continue assim sutil. Isso que o Diego falou, de certos poderes terem consequências inesperadas pode zoar bastante o enredo se utilizado de maneira errada. Ok que Irozuku parecer ser um anime mais character que plot driven, mas nem por isso queremos uns dei ex machina tocando o enrendo, não é?Bom, posto que o anime nos deu tão pouco para trabalhar até agora, é quase obrigação nossa especular. Então façamos algo diferente: com que outro anime vocês acham que Irozuku mais se parece, baseado no que vimos até aqui? Se fossem para “chutar” um caminho que ele possa seguir, qual seria?
- Fábio “Mexicano”Se eu falar Fireworks vocês me batem? Um romance com elementos místicos, quero dizer.
- Gato de UltharNão vi Fireworks, mas se os outros te baterem, até posso pensar em me juntar à turba furiosa.Pelo que dizem esse filme é meio desagradável.
- Fábio “Mexicano”É uma ideia boa mas o diretor usou drogas demais e não conseguiu executar direito.
- Vinicius MarinoNão desgostei de Fireworks, a despeito da execução ter ficado aquém da premissa. E de uma das personagens ser uma piada de cocô ambulante (Não estou brincando, o Fábio e o Diego sabem. Ele basicamente só está lá para fazer piadas envolvendo cocô).
- Fábio “Mexicano”(é uma merda).
- DiegoFireworks não é ruim, ele só não compensa o preço do ingresso que pagamos pra ver no cinema (e eu nem lembro dessa personagem, pra vocês verem como o filme me marcou).
- Vinicius MarinoOh well. Eu sabia. Desde que eu vi os fogos de artifícios no trailer eu tive a impressão que Irozuku seria um novo Fireworks.Mas veja só: há males que vêm para o bem. Agora podemos ver in loco (figurativamente) o que o Gato pensaria do filme.
E com isso ficamos por aqui. Até a próxima coluna!
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