O Finisgeekis, Dissidência Pop, É Só um Desenho e Anime21 compraram um desafio. Toda a semana, até o final da temporada, teremos um novo quadro a vocês.
Depois das agruras do dia, cheio de escrita, pesquisa e trabalho, nós nos sentaremos para um bom café, uma poltrona confortável – e um bate papo sobre o melhor da temporada.
Peça uma xícara você também, e mergulhe conosco em Girls Last Tour:
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Vinicius Marino
Uma versão kawaii de “Inferno no Pacífico”. Com duas menininhas no lugar dos marmanjões inimigos, forçados a se ajudar após serem abandonados no calor da guerra.
É isso mesmo, produção?
- Gato de Ulthar
Acho que em Inferno no Pacífico ambos são inimigos forçados a trabalhar juntos né? No caso deste anime elas já se conheciam, conforme depreende-se do flashback. Entretanto, eu senti uma tensão muito séria quanto o fuzil é apontado para a Chi, não creio que foi totalmente uma brincadeira. Será que o anime vai enveredar para os extremos que são cometidos na busca pela sobrevivência? Eu iria gostar disso. - Diego
A relação das garotas foi a parte mais confusa do episódio inteiro. Não sei dizer se elas são amigas, se só aturam uma à outra, se são indiferentes uma à outra, ou mesmo se existe uma hostilidade latente que só não vira briga de fato pela situação em que estão. Dito isso, curti muito a parte técnica. O visual ta bem bonito, e a trilha sonora me pegou já de cara. - Fábio “Mexicano”
Uma estreia muito bonita, uma excelente introdução para … alguma coisa?
Quero dizer, o anime vai contar que história? Se for só um slice of life de duas crianças depois do fim do mundo, acho que vai ficar cansativo, e na pior hipótese pode ser até apelativo
Dito isso, sobre a relação entre as duas, não me pareceu que sejam inimigas no sentido normal que esperamos em uma guerra. Elas mal parecem entender o que é uma guerra, o sujeito lá do flashback parece tê-las feito fugir antes de uma batalha começar ou algo assim - Gato de Ulthar
Acho que até na metade do anime vai ser um slice of life apenas, provavelmente vai se construindo algumas subtramas ao longo do anime (aparecer mais pessoas, acharem algum artefato importante, sei lá), mas o foco, creio, será a convivência das meninas. - Fábio “Mexicano”
A cena onde a loira apontou uma arma para a outra foi muito perturbadora. Foi brincadeira, e ao mesmo tempo pareceu não ser. Pelo menos um foco de tensão o anime tem. - Gato de Ulthar
Sim, o anime já deixou claro que haverá tensão. Eu fiquei muito impressionado com a cena da arma! Outra coisa que me chamou a atenção foi o aspecto anacrônico do ambiente, as cidades são modernas, mas os equipamentos parecem da Segunda Guerra Mundial. Claro que o anime não precisa necessariamente se passar no nosso mundo. - Diego
A cena de uma apontando a arma foi muito bizarra. Em parte pq foi mega gratuita. Dava pra dividir a barra ao meio, e do que vimos tinha mais um punhado de ração por perto. A loirinha ameaça a vida da outra totalmente porque sim, e isso pareceu destoar muito da personalidade que o episódio tinha construído até então. - Fábio “Mexicano”
A tal cena:
- Vinicius Marino
Será mesmo que elas não são inimigas?
Como o Cat disse, o anime tem toda uma roupagem Segunda Guerra Mundial
A morena está com um elmo Brodie, usado pelos britânicos. E a loira com um stahlhelm, típico das forças alemãs
(Mal aí por falar em “morena” e “loira”. Estou ainda com dificuldades para pegar nomes. O que é uma vergonha, considerando que o anime tem só duas personagens )(editado) - Fábio “Mexicano”
Eu pensei nisso também, e graças ao MAL eu já decorei: a loira é a Yuuri, a morena é a Chito. Se não sou só eu que tive essa dificuldade, talvez o anime tenha feito um trabalho ruim nisso? - Diego
Eu sempre preciso de pelo menos uns 3 ou 4 episódios até decorar o nome dos personagens, em qualquer anime rsrs - Gato de Ulthar
Por vezes eu passo o anime inteiro sem decorar os nomes dos personagens, e quando eu decoro, eu acabo esquecendo pouco depois da obra terminar. Por isso, pelo menos podemos diferenciá-las facilmente entre a loira e a morena. Não acho que seja culpa do anime, pois elas de vez em quando dizem seus nomes, ou apelidos, como Yu e Chi. Acho que a culpa é nossa mesmo. - Vinicius Marino
Bom, independente do nome delas e de serem inimigas ou não, tem uma coisa muito engraçada nessa briga das duas.
Rações de combate como essas que elas estão comendo costumavam ser ruins para dedéu. De propósito: a ideia era que fossem uma comida de alto teor calórico, para serem consumidas só em situações de emergência.
Ou seja: a fome está apertada mesmo - Fábio “Mexicano”
A briga entre as duas pode ter sido só uma zombaria entre “irmãs” também; A Yuuri parece ser mais velha (é visivelmente mais alta, quando as duas ficam observando as estrelas a Chito fica aconchegada nela, e ela ergue a Chito para entrar no avião) e é mais ou menos esperado que crianças mais velhas zombem das mais novas.
Se tiverem um rifle, bom… - Diego
Bom, eu nunca apontei um rifle pro meu irmão mais novo. Nunca tive um também, mas acho que isso é irrelevante rsrsrs - Fábio “Mexicano”
Eu já fiz cada coisa com minha irmã … eu quase a decapitei certa vez no supermercado. Tinha mania de colocar ela no carrinho e descer uma rampa na louca. Certa vez tinha outro carrinho no final da rampa, e eu não consegui frear à tempo, o meu carrinho (com a minha irmã) engatou com tudo dentro daquele outro carrinho. Eu consegui pensar rápido enquanto descia e instantes antes, percebendo que não conseguiria parar, empurrei a cabeça dela pra baixo. A gente riu, foi muito divertido. Mas … - Gato de Ulthar
Só lembrando. A ração era chocolate, ou pelo menos tinha gosto de chocolate, como dito na embalagem. Chocolate é uma boa fonte de energia, e é comum o seu uso como ração. Mas bem, elas gostaram do troço que parecia chocolate e tinha gosto de chocolate. E elas não sabiam o que era chocolate, que mundo horrível que elas vivem! Como se já não bastasse a guerra.
É inegável que ambas são muito ingênuas, o que é visível quando falam do avião, se ele já fora capaz de voar, ou se bastaria girar as hélices para ele funcionar. É curioso o modo como elas exploram aquele mundo desolado, não se sabe onde acharam algo útil para elas, desde comida até explosivos ou armas. Acho que combustível inutilizado deve ser bem comum também de encontrar, se não não poderiam manter o veículo delas funcionando por muito tempo. - Vinicius Marino
Aliás, a cena da hélice foi muito fofa. Não sei que aguentarei um anime inteiro disso (moe não é meu prato favorito). Mas que pôs um sorriso no meu rosto, pôs.
Estou na torcida para que alguma espécie de linha narrativa surja para amarrar os pontos em algum momento. Nem que apenas na forma de flashbacks da guerra. - Fábio “Mexicano”
De fato, uma preocupação minha é que o anime tenha um norte, e não seja apenas um “slice of life do fim do mundo”. Seria divertido, mas bem menos do que tem potencial para ser – e pode acabar soando apelativo dependendo da execução. - Vinicius Marino
Algo como um “Sora no Woto” sem cor, sem música e sem opening do Kalafina.
- Diego
Sendo BEM sincero, eu não espero um “norte” desse anime não. E não vejo isso como necessariamente ruim se a obra conseguir trabalhar bem a relação das duas protagonistas. Me preocupa muito mais a premissa de não haver outros humanos, pois me parece extremamente complicado manter o foco na relação das duas por doze episódios sem a coisa ficar repetitiva. - Gato de Ulthar
Além de ser muito forçado o fato de apenas duas meninas terem sobrevivido depois do resto do mundo ter sido dizimado. Guerras são mortais, mas a não ser que se usem armas de destruição em massa, impossível eliminar toda a população da Terra com uma guerra habitual. É provável que apareçam outras pessoas ao longo dos episódios, mas talvez, se o anime for enveredar para uma pegada mais simbólica do que realista, pode ser que a trama se resuma às duas protagonistas. - Vinicius Marino
Sim, minha preocupação é parecida
“Tour” é o nome que se dá ao tempo de serviço de um soldado no fronto. Vamos torcer para que o “último tour” dessas garotas seja cheio de esperança, exploração e auto-conhecimento. E não uma guerra de atrito nas trincheiras do moe.
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Adorei o papo, mas discordo fundamentalmente de uma coisa.
“… uma preocupação minha é que o anime tenha um norte, e não seja apenas um “slice of life do fim do mundo”. Seria divertido, mas bem menos do que tem potencial para ser (…).”
Isso faz parecer que slice of life é um gênero inferior, incapaz de contar tudo que sua própria historia tem a dizer. Sendo que historias contemplativas também podem ser excelentes por si só, sem a necessidade de um “norte” para ir alem do lugar comum.
Essa nem deve ter sido a intenção, mas sei lá, acho importante pontuar (inclusive posso ser meio suspeito para falar já que é meu gênero favorito, mas enfim).
Pra mim apenas a interação entre os personagens e o mundo a sua volta são suficiente. Especialmente num mundo com cenário um tão rico, tirando a cara de bolacha das meninas a arte do mangá é incrível e a versão animada ficou linda.
Do mais, acredito que assim como o mundo a guerra do moe também já acabou.
Já eu acho que mesmo o slice-of-life precisa de um norte. Que não precisa, obviamente, ser um “norte” narrativo, mas alguma substância argumentativa. Contemplação é ótimo, mas não é um fim em si. É preciso alguma coisa para se contemplar.
Até agora, Girls Last Tour não deixou claro se tem isso. Pode vir a ser uma linda meditação sobre o pós-apocalipse, a solidão e o poder da amizade. Ou só duas meninas brincando na sucata. Torço pelo primeiro, mas temo pelo segundo. E acho que meus colegas de “Café” também.
Hum… faz sentido, mas… eu não sei, eu não sei…
Gostei muito do bate papo.
2 coisas eu pessoalmente não concordo, sobre as duas serem possíveis inimigas, acho que algumas cenas mostram claramente que sempre foram amigas, até talvez parentes: “As duas dormindo juntas, vendo as estrelas juntas (que cena linda, da vontade de pegar ela como imagem de tela), o homem mandando elas fugirem.
Eu não vejo esse anime como um slice of life, pra mim é uma aventura. O foco desse anime não é o dia-a-dia das duas como os slice of life, não existe um objetivo como os de ação, o foco em si é a viagem e o que ela ensina para as 2, Ex: a beleza do céu estrelado depois de dias preso no subterrâneo, a importância das armas de fogo, que os seres humanos matam por pouquíssima coisas, o que é a guerra?
A cena da arma eu compreendo como alguém disse: “uma coisa de irmãs”, por causa do contexto, a loira falou várias vezes para a morena arranjar uma arma, incentivou ela a disparar tiros no treino, em todas as ocasiões a morena recusou, acho que ela quis mostrar que a qualquer momento ela poderá precisar da arma, a morena até fala isso não aconteceria se eu tivesse minha arma (algo assim).
Pessoalmente é o meu 10/10 da temporada.