Nessa coluna, eu trago a vocês depoimentos daqueles que, de uma maneira ou de outra, se transformaram em “profissionais” do cosplay. Para alguns, foi uma atividade paralela, uma forma, muitas vezes, de custear os próprios trajes. Para outros, uma segunda vida fazendo aquilo que mais amam. Para outros, ainda, uma profissão à qual se dedicam noite e dia.
Victoria Avalor é uma modelo americana e cosplayer experiente, há dez anos no hobby. Ela já realizou incontáveis ensaios, jobs em convenções e ações de caridade envolvendo super heróis. Ela também abriu seu próprio negócio interpretando princesas em festas de aniversário.
Victoria também é blogueira e escreveu bastante sobre vários dos mitos que circundam o cosplay “profissional”. Na nossa conversa, ela me contou sobre suas muitas atividades, o tratamento de cosplayers nas convenções americanas e a dificuldade de se ganhar dinheiro com cosplay.
Confiram a entrevista abaixo:
Qual é a sua idade e há quanto tempo está envolvida com cosplay?
Estou na faixa dos 30 anos. Entrei no hobby em 2006.
Que tipos de trabalhos relacionados ao cosplay você já fez ao longo dos anos? Como que as oportunidades surgiram? Você buscou ativamente seus clientes ou foi abordada por eles?
Meu primeiro trabalho pago envolvendo cosplay aconteceu por acidente. Eu estava em uma feira medieval a caráter. Vários fotógrafos pediram para tirar minha foto. Um deles ofereceu me pagar se eu fosse ao seu estúdio para que ele me fotografasse. A partir daí, eu comecei a receber vários tipos de ofertas. Não era algo que eu havia planejado fazer. Aconteceu por acaso.
Desde então, eu me coloquei à disposição, dizendo que estava aberta para projetos. No entanto, não é algo que eu faço regular ou ativamente.
Eu fui uma booth babe oficial da Escrava Leia para a Gentle Giant Studios. Fui contratada para ser a Mulher Maravilha em uma convenção para professores. Já trabalhei como booth babe para vários outros expositores em convenções ao longo dos anos. Já fui paga para posar para artistas e para fotógrafos que queriam me fotografar a caráter. A lista continua.
Você já escreveu bastante sobre a realidade de fazer cosplay por dinheiro. Em particular, você enfatizou que cosplay raramente é um trabalho em tempo integral e que as despesas da confecção podem facilmente superar os ganhos potenciais. É possível viver de cosplay? Qual é o melhor cenário que uma cosplayer pode esperar transformando seu hobby em um emprego?
Não sou a pessoa certa para perguntar sobre transformar esse hobby em um emprego, pois esse nunca foi meu objetivo. Cosplay, para mim, é um hobby. Eu tive sorte por receber oportunidades de trabalho pago, o que sempre foi inesperado. Baseado em minhas observações, posso dizer que se você quer transformar isso em uma profissão, você precisa se transformar em uma marca e se promover de acordo. Mais ainda, você precisa se tornar uma cosmaker. No entanto, eu acho que é bem realista dizer que você não vai conseguir um seguro de saúde ou um plano de aposentadoria fazendo cosplay em “período integral”. E criar e confeccionar ainda custa dinheiro, o que é, eu imagino, a razão pela qual muitos cosplayers começaram a usar financiamento online.
Quão prevalente é a prática de se contratar cosplayers em convenções americanas? Que tipo de trabalhos eles geralmente fazem? Isto sempre foi assim, ou é um fenômeno relativamente recente?
As Comic Cons nos Estados Unidos não costumavam contratar cosplayers ou convidá-los como atrações. Anos atrás havia uma lista bem pequena de cosplayers que eram incluídos como convidados de convenções. Nos últimos anos, no entanto, isto mudou. Hoje, toda convenção de quadrinhos contrata vários cosplayers. Alguns são pagos para estar lá, outros têm suas despesas cobertas. Alguns simplesmente custeiam do seu próprio bolso. Nem todo cosplayer convidado recebe a mesma oferta.
Num editorial recente, a Hayley Williams do Kotaku disse que trabalhos remunerados de cosplay em convenções são minados por cosplayers dispostos a trabalhar de graça, assim como pela mentalidade de que cosplay deve ser feito por amor, não por dinheiro. Você concorda com esse diagnóstico? Se sim, você vê alguma solução?
Eu acho que o artigo dela é incrível e muito honesto. Eu concordo com todos os pontos. Muitos poucos cosplayers recebem uma viagem com tudo pago para uma convenção em adição ao seu pagamento para estar lá. Eles predam em cima dos cosplayers. Eles fingem que estão te oferecendo uma ótima oportunidade, mas não mencionam que não vão te pagar pelo número de horas que você trabalhará.
Aconteceu recentemente comigo. Eu perdi as contas de quantas ofertas de araque recebi ao longo dos anos. O problema é que eles tentam seduzi-la com promessas de atenção. Isto não funciona comigo e não significa nada. Se você quer que eu trabalhe, você precisa me pagar. Fim da história.
A realidade é que eles estão atrás de voluntários, mas não querem dizer isso porque quebra a ilusão dessa oferta glamurosa que eles tentam te vender. Pessoalmente, eu faço cosplay porque amo. Eu estou me expressando e expressando minha fandom. É isso. Eu não tenho motivo ulterior. Se você recebe ofertas de trabalho pago, vá fundo. Agarre o que for melhor para você. Voluntariar em um evento por algumas horas de graça também não é tão ruim. Só tenha certeza de que não estejam tirando vantagem de você.
Além do cosplay, você é dona de uma empresa de princesas para festa. Você pode me contar um pouco sobre ela? Como começou? Que tipos de serviços você oferece? Quão diferente é interpretar uma princesa em uma festa de aniversário de fazer roleplay como cosplayer?
Eu a inaugurei três anos atrás a partir da sugestão de uma amiga que tocava com sucesso uma empresa similar. Ela me incentivou a começar meu próprio negócio, já que eu tinha vários trajes de princesas e estava envolvida em educação infantil. Ela me ajudou a começar, fazer o marketing e muitas outras coisas.
Eu ofereço aos meus clientes uma performance e várias atividades divertidas para todas as crianças. Interpretar profissionalmente uma princesa é bem diferente de fazer roleplay com uma personagem. Para festas de aniversário, você precisa se sentir confortável e disposta a entrar na casa de um cliente (que é, basicamente, um estranho).
Você precisa ser boa com crianças e saber manter sua atenção durante todo o contrato (geralmente, entre 1h e 2h). Ter sido professora de pré-escola me ajuda muito nesses quesitos. Você precisa ser pontual e professoral em todos os momentos. Você precisa investir em marketing e materal de festa como jogos, música etc. Você precisa investir dinheiro em fantasias de qualidade, perucas, maquiagem e lentes de contato.
Acima de tudo, você precisa ser honesta com você mesma. Ser uma intérprete profissional de princesa não é cosplay. Você precisa ser realista ao selecionar quais personagens você oferecerá aos seus clientes. Isto significa que você precisa ser bem parecida com elas. Ninguém vai pagá-la para interpretar uma princesa se, psicologicamente, você for o exato oposto daquela personagem. A criança não vai acreditar se você não se assemelhar.
Você já se envolveu com várias iniciativas de caridade, notavelmente como coordenadora da Heroes Alliance. Você pode me contar um pouco sobre ela? O que é esta organização e que tipos de atividades vocês fazem?
A Heroes Alliance é um grupo voluntário sem fins lucrativos que existe há 11 anos, com membros em todos os Estados Unidos. Eu fundei a unidade de Eastern Pennsylvania 3 anos atrás. Eu sou a coordenadora, o que significa que é meu trabalho abordar as caridades e hospitais infantis locais e marcar uma visita de super heróis. Eu também gerencio minha equipe de voluntários. Nós oferecemos uma experiência de super herói “na vida real”, basicamente um meet and greet. Se há alguma atividade acontecendo no evento, nós nos envolvemos também. É muito recompensador dedicar uma parte do seu tempo para ser voluntária e trazer alegria a crianças de realmente precisam disso. Nós passamos muito tempo com muitas crianças, incluindo algumas que estão em estado terminal.
Cosplays frequentemente são mencionados em discussões sobre direitos autorais. Em tese, character designs são propriedade de seus respectivos estúdios/editoras, e qualquer lucro sobre eles é vetado a terceiros. Você já teve ou testemunhou algum problema em relação a isso? Você acredita que isso seja um fator limitante para o crescimento da profissão?
Eu testemunhei pouquíssimos casos de problemas com direitos autorais. Só consigo lembrar de dois. O primeiro foi uma cosmaker que recebeu uma ordem judicial de um estúdio de Hollywood. O segundo foi o de uma cosplayer popular, que foi informada que o criador da personagem que ela interpretava estaria na mesma convenção como convidado. O autor da HQ pediu que ela não fizesse cosplay nem vendesse fotos dela vestida como sua personagem.
E quanto a obras de caridade e festas de aniversário envolvendo super heróis? Você já teve algum problema com donos de direitos autorais a respeito do uso de personagens ou marcas? Os donos de IP (propriedades intelectuais) são mais lenientes em relação a algumas atividades em comparação com outras?
A Heroes Alliance é uma entidade sem fins lucrativos, então não tem problema. Nós não pedimos nem aceitamos dinheiro pelas nossas visitas. É um grupo estritamente voluntário. A Marvel e a DC conhecem o que a gente faz. Nós não somos afiliados a eles e eles entendem isto. Desde que não haja dinheiro envolvido, não há problema em relação ao que fazemos para a comunidade.
Quanto à minha empresa de festas de aniversário, as pessoas não entendem que a maioria dos contos de fada são domínio público. A Disney não escreveu estas histórias. Elas foram escritas centenas de anos atrás pelos Irmãos Grimm, Hans Christian Andersen e muitos outros autores. A Disney faz releituras destes contos clássicos. Eu não uso o nome nem qualquer arte da Disney no meu negócio. Eu sou uma princesa de contos de fada, e princesas de contos de fada são domínio público.
Como você vê o futuro profissional do cosplay? O que você acha serão os maiores problemas e oportunidades que afetaram o meio nos próximos anos?
Eu peço desculpas se essa resposta parecer grossa, mas eu não me importo com o futuro do cosplay “profissional”. Eu não acho que seja uma profissão. Eu acho que é uma coisa que as pessoas podem fazer no seu tempo livre ou em meio período. As pessoas podem começar seus próprios negócios confeccionando cosplays e props em período integral. Esta é uma profissão, 100%. Porém, cosplay significa vestir-se como uma personagem, e eu não acho que ninguém se veste como uma personagem por 40h semanais e é pago para isso a não ser que você seja um ator ou artista de performance. Isto não é cosplay.
Você mencionou que se tornou uma modelo por meio do cosplay. Quão parecidos são os trabalhos de modelo em relação aos trabalhos pagos como cosplayer? O universo da moda é um caminho viável de carreira para cosplayers que querem diversificar suas atividades?
Trabalhos de modelo e de cosplay não são parecidos, são extremamente diferentes. Se você é contratada como cosplayer, você é geralmente responsável pelo seu traje, peruca, etc. Às vezes você pode ser ressarcida por fazer um cosplay, o que é ótimo. Durante photo shoots, é normalmente só você e seu fotógrafo. Você traz a personagem para a vida, e ela se torna seu guia para como posar e agir. Quando você é paga como modelo, você pode estar no set com dúzias de pessoas ao mesmo tempo. Figurino, cabelo e maquiagem são providenciados. Você precisa vender o que quer que você esteja ali para vender. Pode ser costura, um produto ou mesmo um tema específico.
No final de 2014, o quadrinista Pat Broderick fez comentários polêmicos sobre o cosplay. Ele disse que os cosplayers “não trazem nada de valioso” para as convenções e que estão prejudicando a indústria ao roubar atenção dos criadores. Você mesma chegou a expressar seus pensamentos sobre o episódio. Eu acho que falo por todos os brasileiros quando digo que fiquei chocado ao saber do depoimento de Broderick, sobretudo porque figurões da indústria não nos visitam com tanta frequência e, quando vêm, são sempre tratados como celebridades. Este tipo de atrito entre criadores e cosplayers é comum nos Estados Unidos? Outras formas de “trabalho de fã” (fanart, fanzines, webseries etc) são atacadas pelo mesmo motivo?
Não posso falar por todos os criadores, cada um tem sua opinião. Alguns adora cosplayers, outros não. Eu simpatizo com o Pat Broderick porque eu notei que as convenções americanas pararam de dar foco aos próprios quadrinistas. Elas não os chamam como convidados nem lhes dão o respeito que merecem. Eles construíram essa indústria e estão sendo deixados de lado em favor dos cosplayers. Isto não é correto.
Eu estou grata pelas convenções terem abraçado o cosplay, mas ele não pode ser o foco número 1.Se você está na Comic Con, então você precisa se focar em quadrinhos. Eu acho que o Pat Broderick está frustrado, e eu não o culpo. Este é o seu trabalho em período integral. É a sua profissão. Quando as convenções param de chamá-lo como convidado, ele para de ganhar dinheiro para sustentar sua família. Eu não acho que a culpa é dos cosplayers. Este é um problema com os organizadores de convenções. Eles precisam redirecionar seu foco aos homens e mulheres que construíram e criaram a indústria de quadrinhos.
A maioria dos cosplayers usa pseudônimos. Você pode me falar um pouco sobre este hábito? Você sabe qual é a origem da prática?
Eu acho que muitas pessoas, incluindo eu, querem proteger sua identidade e seu nome jurídico. Há muita gente louca no mundo e nós precisamos ter cuidado. Eu conheço uma mulher que estava sendo stalkeada e precisou tomar providências legais. Eu já fui stalkeada e precisei apelar às autoridades. Usar um pseudônimo também ajuda a separar sua vida pessoal do seu hobby. Nem todos os chefes ficariam felizes se vissem fotos de seus funcionários em fantasias.
E você? Trabalha ou trabalhou com cosplay e tem uma história interessante para contar? Entre em contato com a página
Victoria Avalor is an American model and and experienced cosplayer who has been in the hobby for over a decade. She has done countless photo shoots, landed jobs at conventions and participated in charity work involving super heroes. She also owns a princess party business, interpreting fairy tale characters to children.
Victoria also blogs, and has written about many of the myths that surround “professional” cosplay. In our talk, she told me about her many endeavors, the treatment of cosplays at American conventions and the problems in making money with cosplay.
You can read the full interview below:
How old are you and how long have you been working with cosplay?
I am in my 30s. I got into the hobby of cosplay in 2006.
What sort of cosplay-related jobs have you done throughout the years? How did the opportunities arise? Did you actively search for your clients, or were you approached by them?
My first paid cosplay related job happened by accident. I was at the Ren Faire dressed up. Many photographers asked to take my photo. One offered to pay me to come to his studio so he can photograph me. From there, I kept getting different types of offers. It wasn’t something that I set out to do. It happened by chance. Since then I have put myself out there, stating I was available for bookings however it’s not something I regularly and actively seek. I was an official Slave Leia booth babe for Gentle Giant Studios. I was hired to be Wonder Woman at a convention for Teachers. I have worked with many other vendors as a booth babe at conventions through out the years. I’ve been paid to pose for artists at Sketch events. I’ve been paid by photographers who want to photograph me in costume. The list goes on.
You have written extensively about the realities of cosplaying for money. In particular, you have stressed that cosplay is hardly ever a full-time job, and that the expenses of costume making can easily soar above its potential gains. It is possible to live off cosplay? What is the best possible scenario a cosplayer can expect by making a job of her hobby?
I am not the right person to ask about turning this hobby into a job because that has never been my goal. Cosplay to me, is a hobby. I have been fortunate enough to be offered paid work, which was always unexpected. Based on observation I can say that if you want to turn this into a job, you have to turn yourself into a brand and market yourself. You more so have to become a costume maker or prop maker for hire. However I think it’s realistic to say that you don’t get health insurance or a retirement plan by cosplaying “full time”. And it still costs money to craft and create which I suppose is why so many cosplayers start online funding.
How prevalent is the practice of hiring cosplayers in American conventions? What sort of jobs do they usually perform? Was this always a thing, or is it a rather recent phenomenon?
Comic-Cons in America didn’t normally hire cosplayers or have them as guests. Years ago, there was a very short list of cosplayers who were included on a convention guest list. In the last few years however, that has changed. Every Comic Convention now books multiple cosplay guests. Some are paid to be there, others have their expenses covered. Many simply pay out of pocket. Not every cosplay guest gets the same deal.
In a recent op-ed, Kotaku’s Hayley Williams argued that paid cosplay jobs at conventions are hampered by cosplayers willing to work for free, as well as by the mentality that one should cosplay out of love, not profit. Do you agree with her point? If so, do you see any solutions?
I thought her article was great and very honest. I agreed with all of her points. Very few cosplayers receive an all expense paid trip to a con in addition to being paid to be there. There are many conventions or vendors that will ask you to work for them for zero pay. They prey on cosplayers. They pretend like they are offering you a great opportunity, all the while leaving out the fact that they won’t be paying you for working labor hours.
It just happened to me again recently. I have lost count of how many bogus offers I have received throughout the years. The problem is, they try to seduce you with promises of attention. That does not work with me and means nothing. If you want me to work, you need to pay me. End of story.
The reality is, they are looking for a volunteer but don’t want to say that because it breaks the illusion of this glamorous offer they are trying to sell you. I personally cosplay because I love it. I am expressing myself and my fandom. That’s it. I have no ulterior motive. If you receive paid offers, rock on. Take it if that works best for you. Volunteering at a show for a couple of hours for free isn’t a bad choice either. Just make sure it’s a fair deal and you are not being taken advantage of.
Aside from your cosplay endeavors, you own a princess party business. Would you tell me a little bit about it? How did it start? What sort of services do you provide? How different is playing the role of a princess in a birthday party from roleplaying a character as a cosplayer?
I started my business three years ago at the suggestion of a friend who ran her own successful princess party business. She encouraged me to start one of my own since I owned several princess costumes and was in Early Child Hood Education. She helped me get started with marketing and many other things.
I provide my clients with a performance and conduct a series of fun activities for all of the children to enjoy. Being a professional princess performer is very different from role playing as a character. For birthday parties, you must be comfortable and willing to walk into a client’s home (who is essentially a stranger).
You have to be good with children and be able to hold their attention during the duration of the booking (which is anywhere between 1 to 2 hours). Being a former preschool teacher greatly helps in this area. Entertaining at a party can be a lot like running a classroom. You must be punctual and professional at all times. You have to invest in marketing and party supplies such as games, music, etc. You have to put money into high quality costumes, wigs, makeup and contact lenses.
And finally you have to be honest with yourself. Being a professional princess performer is not cosplay. You have to be realistic in selecting which characters you are going to offer your clients and by that, I mean you have to be a close look-a-like. No one is going to pay you good money to impersonate a princess if psychically you are the complete opposite of that character. The children won’t believe it if you don’t look the part.
You have been involved in several charity initiatives, notably as a coordinator for the Heroes Alliance. Could you tell me about it? What is the organization, and what sort of activities do you do?
The Heroes Alliance is an 11 year old nationwide non-profit volunteer group. We volunteer at children’s hospitals and charities dressed as superheroes. I chartered the Eastern Pennsylvania branch 3 years ago. I am the coordinator which means that it is my job to reach out to local charities and children’s hospitals and schedule a superhero visit. I also manage my team of volunteers. We offer a “real life” superhero experience, essentially a meet and greet. If there are any activities taking place at the event, we happily dive in. It’s very rewarding to volunteer your time and bring happiness to children who desperately need it. We have spent time with many children, including those who are terminally ill.
Cosplay is often mentioned in discussions about copyright law. In principle, character and costume designs belong to their respective IP holders, and any sort of for-profit activity involving them is forbidden. Have you ever had or have you ever witnessed any issues concerning copyright? Do you believe this is a hindrance to those wishing to work professionally with cosplay?
I have seen very few issues with copyright law. I can only recall two incidents. One craft maker was issued a cease and desist order from a Hollywood Studio. A popular cosplayer was told that the creator of a character she dresses as would be attending the same convention she would be at as a guest. The comic creator demanded she not dress as his character nor sell pictures of herself as his character. Those are the only incidents I have heard of.
What about charity work and birthday parties involving superheroes? Did you ever had any issue with copyright holders over the use of their characters/brands? Are IP holders more lenient towards certain activities?
Heroes Alliance is a non-profit group; therefore there is no issue. We do not make money nor accept money from our appearances. It’s strictly a volunteer group. Marvel and DC Comics are aware of what we are doing. We are not affiliated with them and they understand that. As long as no money is involved, they have no problem with what we are doing for the community.
Regarding my birthday party business, people don’t realize that majority of fairy tales are public domain. Disney did not write these stories. They were written hundreds of years ago by the Brothers Grimm, Hans Christian Andersen and many other writers. Disney does retellings of these classic stories. I do not use the Disney name for my business nor do I use any Disney art work. I am a fairy tale princess and fairy tale princesses are public domain.
How do you see the future of professional cosplay? What do you believe are the main problems and opportunities that are bound to change the scene a few years from now?
I’m sorry if this seems like a rude response but I don’t care about the future of “professional” cosplay. I don’t believe that is a profession. I believe it’s something people can do on the side or part time. People can start their own business making costumes or props full time. That is a profession, 100%. But cosplay means dressing up and I don’t think anyone is dressing up 40 hours a week and being paid for it unless you are an actor or performer. That’s not cosplay.
You mentioned that you became a model through cosplay. How similar are modeling jobs to paid cosplay jobs? Is modeling a viable career path for cosplayers who want to diversify their activities?
Modeling jobs and cosplay jobs are extremely different. They are not the same. If you are being hired as a cosplayer, you are normally responsible for your costume, wig, etc. Sometimes you can be compensated for making a costume, which is great. During photo shoots, it’s normally just you and the photographer. You are bringing a character to life therefore that characters persona is your guide on how to pose and act. When you are being paid as a model, you can be on set with dozens of people. Wardrobe, hair and makeup can be provided. You have to sell whatever it is you are there for. It can be fashion, a product or a particular theme.
In late 2014, comic book artist Pat Broderick made some controversial remarks on cosplay. He claimed that cosplayers “bring nothing of value” to conventions and were hindering the industry by stealing the spotlight from original creators. You yourself expressed some thoughts about the debacle. I believe I speak for all Brazilians when I say I was shocked to know of Broderick’s statement, mostly because industry big wigs don’t come our way that often, and are always treated as celebrities when they do. Are these clashes between creators and cosplayers common in America? Do other forms of “fan labour” (art, zines, webseries etc) ever get targeted for similar reasons?
I can’t speak for every creator. Each individual opinion varies. Some creators love cosplayers. Others do not. I sympathize with Pat Broderick because I have noticed that American conventions have stopped focusing on actual comic book creators. They don’t invite them as guests or give them the respect they deserve. They built this industry and they are being pushed aside in favor of cosplayers. That’s not right.
I appreciate that conventions have embraced the hobby of cosplay, however it should not be the #1 focus at a convention. If you are a Comic-Con then you should be focused on actual comics. I think Pat Broderick is frustrated and I don’t blame him. This is his full time job. It’s his profession. When conventions stop booking him, he isn’t making money to feed his family.
I don’t think the fault lies with cosplayers. This is a problem with the Convention Organizers. They need to redirect their focus back onto the men and women who built and created the comic book industry.
Most cosplayers use aliases. Could you talk a little bit about this practice? Do you know where it came from?
I think many people, myself included, want to protect their identity and legal name. There are a lot of crazies in the world and we have to be careful. I know a woman who was being stalked and had to take legal action. I have been stalked and had to go to the authorities. Using an alias also helps in separating your personal like with your hobby. Not everyone’s boss would be okay if they saw pictures of them in costume.
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